terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Queen... Simplesmente Queen.

Se há algo, em música, que me faz esquecer completamente, por momentos, meus amados e idolatrados anos 50 e derivados (ou seja, a era do Rock & Roll), este é o Queen! Na picape está rolando agora Jazz, o álbum de 1978. Que arregaço! Sem piedade!

Eu acabara de completar meus onze anos quando meu irmão ganhou o LP de Natal. Eu já o havia visto em lojas, mas parecia, para mim, como o "disco proibido". Afinal era um disco "de jazz", e jazz não era pra mim (!!!). Era para aqueles intelectuais que eu nem sabia denominar. Jazz era coisa antiga, não? E quando abrimos a capa, Freddie deitado sobre o piano, Brian (desde sempre um ídolo) acenando a certa distância. Nos outros dois, nem reparei no começo. Daí vinha aquele papel rosa choque, com as mulheres peladas em bicicletas. No Natal da família... Que disco maluco! Freddie, que canta tão bem, entra arrasando, mas é num tema das Arábias em "Mustapha"... Foi meio difícil acostumar. Até certo dia, não sei quando, ele foi pra mim um álbum apenas bom. Eu não o entendi tão bem de primeira. Como não entendi de prima o porquê de um disco que não era de jazz chamar-se Jazz -- e não entendo muito bem até hoje, a não ser pela imponência e qualidade estética do nome.

Décadas e meia depois, posso afirmar que não há, no mundo, música melhor do que a que sai desses sulcos. E que não há no mundo encarte de disco melhor que o pôster das "fat bottomed girls" prontas para uma "bicycle race", temas que se entrelaçam nas canções com esses nomes. Jazz é tão escancarado! Acredito que o seja mais do que qualquer outro do Queen. Tem tanto feeling nele, digo aquele feeling à mostra, não interior. Digo feridas expostas. É tanto disso que ele é quase americano. Mas ainda assim é inglês, porque os cuidados com a elaboração, com a sofisticação, estão muito mais presentes aqui do que nos outros discos tão sentimentais quanto este de outros artistas (excetuando-se, claro, a música erudita, que é outro mundo). A temática é explorada com o coração aberto, não há pudor e não há falsidade. "Jelousy" é uma canção quase impossível, pelo tal escancaro: nenhum outro inglês... Mas Freddie é de Zanzibar, Tanzânia... Então nenhum inglês... Nenhum! E a lírica é perfeita, irresistível; poética até nos momentos chulos (aí a Inglaterra, a Europa). "Queimando pelos céus. 200 graus, por isso chamam-me Sr. Fahrenheit!", canta Freddie Mercury, como ele mesmo escreveu em "Don't Stop Me Now".

Todos compõem obscenamente bem no Queen. John e Roger, com autorias menos freqüentes, só dão tiros certos, embora às vezes curvos, sempre belos ou extravagantes. Brian é como Freddie: ora safado; ora delicado. Um dos grandes caras da guitarra elétrica.

Valei-me! More of that Jazz, sempre!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

É por essas e outras...

O Locutor Bilíngüe

...Que a gente sabe que a vida foi feita pra ser de alegria. Esse locutor de rádio, destilando seu inglês neo-shakespeareano de Oxford, é o mensageiro da felicidade!

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Por que tão poucos conhecem os Jesters?

JESTERS OF DESTINY
FUN AT THE FUNERAL

Dimension Records (Metal Blade), EUA, 1986


Jesters Of Destiny, essa curiosa banda californiana. A eles foi dado o rótulo “alternative metal”, bem antes de isso virar um sub-gênero. Por quê? Eles não se encaixavam em nenhum gênero em particular, nem no hoje clássico heavy metal de sua época e do selo Metal Blade (que os havia lançado em sua série Metal Massacre com a faixa “End of Time”, presente aqui). Também não fariam parte da cena hard-rock de L.A.: sua inquietação excedia, de longe, aqueles limites. Além do mais, as composições, apesar da cara pop, eram quase todas inviáveis no rádio, até pelos tímidos elementos progressivos, com exceção para “Diggin’ That Grave”, faixa de abertura deste LP. Um disco pouco sujeito a rótulos. Nem mesmo o estilo que, anos mais tarde, viria a se chamar “alterna-metal” e suas variações têm ligação com o som dos Jesters.
Após Fun at the Funeral, eles lançaram um EP só com covers, In a Nostalgic Mood (grande título), também antes de essa prática ser moda, e debandaram, deixando ainda um segundo álbum não-lançado.

Fun at the Funeral ficou como testamento definitivo dos Jesters, um álbum sem paralelo em sua época. Aliás, sem época. Talvez por isso naufragou comercialmente, servindo apenas aos felizardos ouvidos de uns poucos aventureiros do rock pesado.

Para ouvir Fun at the Funeral, baixe os mp3 da edição em CD, em duas partes:
http://rapidshare.com/files/10123647/Jesters_of_Destiny_-__1984__Fun_at_The_Funeral_-_album_e_arte.rar
http://rapidshare.com/files/10280972/Jesters_of_Destiny_-__1984__Fun_at_The_Funeral_-_bonus_tracks.rar
Obs.: Apesar de os nomes dos arquivos listarem 1984, o álbum é mesmo de 1986. Ah... Quem se importa, afinal? Seria um estranho no ninho em qualquer época!